Novas perspectivas após a crise.
Com 208,5 milhões de habitantes (conforme estimativa do IBGE divulgada em julho de 2018), o Brasil é o 5º país mais populoso do mundo. A distribuição da população segundo cor ou etnia pelo território nacional reflete os processos migratórios ao longo de sua história, que contou com os portugueses colonizadores, a população nativa, formada de diversos povos indígenas, bem como outros povos que chegaram seja sob o intuito de colonização – como espanhóis e franceses – seja porque foram submetidos à escravidão, como negros de diversas nações africanas, que trabalharam nas lavouras de cana e na mineração.
Com a crise econômica e política, o país caiu de 6ª para 9ª maior economia do mundo de 2012 a 2016 de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O ano de 2017 marcou o que muitos chamaram de fim da recessão, pois segundo dados divulgados pelo IBGE no início de 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu para R$ 6,6 trilhões (US$ 2,056 tri), reafirmando a nação como uma grande economia mundial. A renda per capita brasileira também aumentou no mesmo ano, marcando um valor de R$ 31.587 (US$ 9.821,41) depois de três anos consecutivos de queda.
Em meio a esta conjuntura, os próximos anos serão de muita esperança para todos, inclusive para o setor de economia criativa, que mesmo com dificuldades não deixou de apresentar avanços. A SP-Arte, por exemplo, partiu de uma inauguração com 41 galerias e um público de 6 mil pessoas para, em sua 13ª edição, registrar mais de 150 galerias e público superior a 30 mil. Não apenas a maior do país, mas do hemisfério Sul, a feira paulistana se tornou porta de entrada para galerias estrangeiras que querem conquistar o mercado local, além de servir como termômetro de vendas no circuito artístico.
Outra protagonista do setor é a ArtRio. Ela começou a destacar a produção artística local e representar a diversidade do país ao trazer artistas de galerias fora do eixo Rio-São Paulo. A feira carioca ainda estabelece uma nova plataforma de encontro internacional e atrai apaixonados pela arte brasileira do mundo inteiro.
O período de efervescência política no país também refletiu na complexidade da produção cultural de uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas do mundo. Artistas como Bruno Faria, Ayrson Heráclito, Maxwell Alexandre, Antonio Obá, Claudia Andujar, Clara Ianni se destacaram com suas obras altamente reflexivas e necessárias.
O maior museu da América Latina se modernizou. No último ano, o Masp trouxe exposições, seminários e oficinas sobre temáticas contemporâneas, o que resultou em mostras em total sintonia com discussões sociais como foi o caso da Histórias da Sexualidade e também da Histórias Afro-atlânticas, esta última em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, outra instituição que cresceu e hoje é vista como um dos principais centros culturais de São Paulo.
Além disso, galerias brasileiras como Fortes D’Aloia & Gabriel, Galeria Nara Roesler, Galeria Murilo Castro e Mendes Wood DM abriram espaços expositivos em outros países, consolidando seus processos de internacionalização.
Com este olhar sobre o cenário artístico, é notável que o Brasil resgata a sua positividade para o mercado e o sistema das artes aos poucos e, mais importante: a crise dos últimos anos não impediu que as instituições culturais crescessem seja em âmbito nacional ou internacional.